28/03/2011

UNO E A DÍADE

Os princípios identificados com o Uno e a Díade
Doutrinas não escritas de Platão

Segundo Reale (1993), tendo em vista que para a filosofia antes de Platão, explicar significa unificar, a multiplicidade de coisas sensíveis se resolve na multiplicidade inteligível “ideias”. Para explicar a multiplicidade do mundo inteligível entramos no segundo nível, da segunda navegação de Platão.
De acordo com Audi (2006), as “Doutrinas não escritas de Platão” são conhecidas através de livros de Aristóteles e diz que há dois princípios primeiros e opostos: o Uno e a Díade. Estes fundamentam as formas, “ideias.”
Para Reale (1993) a Protologia, discurso sobre os princípios primeiros, contém a fundamentação última, pois possui os princípios que procedem as ideias, que por sua vez explica o resto das coisas.
A Díade não é o número dois, assim como o Uno não é o número um, ambos possuem estruturas metamatemática. A Díade é a raiz da multiplicidade dos seres pensada como dualidade de grande e pequeno. Desempenha um papel de substrato a ação do Uno. Além do princípio de pluralidade horizontal, é princípio de gradação hierárquica do real.
A pluralidade, a diferença e a gradação dos entes nascem da ação do Uno. O Uno determina o Princípio oposto da Díade. Os dois princípios são originários. Contudo podemos dizer que não é correto dizer dois princípios no sentido numérico, mas sim metafórico entendido como prototípico.
Reale e Antiseri (2007) afirmam que o Uno age como princípio formal. Manifesta-se como o Bem, princípio de verdade e cognoscibilidade e valor. Platão definiu unidade como medida, e mais precisamente, como medida absolutamente exata.
Assim pode-se compreender que os Princípios são incorpóreos. Fundamentam tudo que existe. O uno é identificado com o Bem. O Uno delimita o ilimitado, a Díade. Da colaboração desses dois princípios originários é que procede a totalidade da Ideia.



Referências


AUDI, Roberto, Ddicionário de Filosofia de Cambridge. Trad. Paixão Neto. Et al. São Paulo: Paulus, 2006.

REALE, Giovanni, História da Filosofia Antiga. Trad. Marcelo Perine. São Paulo: Loyola, 1993.

REALE, Giovanni; ANTISERI, Dario. História da filosofia: Antiguidade e Idade Média. V. I, 8ª. ed. São Paulo: Paulus, 2007.

2 comentários:

Anônimo disse...

Que bosta

Anônimo disse...

Parabéns, muito didática a resposta.

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