30/04/2010

ESPIRITISMO E CRISTIANISMO

INTRODUÇÃO


No presente trabalho temos a abordagem de duas grandes religiões: O cristianismo uma religião profética e o espiritismo sendo uma religião espírita. Tem como objetivo descrever a crença, valores, doutrina de cada religião citada, e confrontar suas idéias apontando as principais semelhanças e diferenças entre ambas.
A religião faz parte da vida do ser humano, devido sua necessidade do transcendente. O cristianismo surgiu com a vida, morte e ressurreição de Jesus Cristo. Os cristãos têm como referência o grande mestre, o filho de Deus que veio ao mundo para os pobres, e para trazer a salvação. Cristo é o centro do cristianismo. Prega o amor ao próximo e a Deus como o grande mandamento.
Ao longo da história o cristianismo se divide em várias religiões devido à crença, dogmas, política e outros fatores. Prega a salvação pela fé e a misericórdia de Deus. Crer na mensagem de Jesus é condição para a salvação, pois Cristo é a ressurreição e a vida.
O espiritismo surgiu na frança, com a publicação dos livros espíritas de Alan Kardec. Baseia-se em deus Pai, na existência da alma, na reencarnação até que o espírito se purifique. Também teve suas divisões por diversos fatores.
Acreditam na comunicação entre o mundo dos mortos e dos vivos pelo médium. O Espiritismo é uma filosofia com base científica e religiosa. No campo científico apresenta provas da existência da alma, e religiosa leva as pessoas a viverem o ensino do evangelho “a caridade” e a buscar o ser superior que é Deus.
O trabalho se divide em três partes: primeiro temos a abordagem do espiritismo, em seguida do cristianismo e em terceiro um confronto entre as idéias e doutrinas que movem estas duas religiões. O cristianismo como tem vários ramos, temos uma abordagem geral e a parte doutrinal está mais ligada ao catolicismo.

ESPIRITISMO

Segundo Schlesinger e Porto (1995), o espiritismo baseia-se na crença da sobrevivência das almas e na possibilidade que através do médius, elas se estabelecem um contato com os vivos, transmitindo-lhes conhecimentos que lhes permitem melhorar moralmente. Acreditam na reencarnação até que a alma possa purificar e assim chegar à bem aventurança eterna.
Origem
Segundo Besen (2005), o espiritismo moderno iniciou em 1848 na cidade de Hydesvile, Estado de Nova Iorque. Duas irmãs da família Fox, Katherine e Margaretha, ouviam com frequência seus dedos estalarem, e tiveram impressão este ato fosse repetido por alguém. Não havendo explicação para o fenômeno, presumiram que era um espírito querendo comunicar com elas. Essa intuição se expandiu, e outras apareceram: mesas que respondiam a toques, movimento de objetos, corpos procurando letras do alfabeto.
Já para Wilges (1994) as irmãs Fox ouviam barulhos estranhos a noite, pensando que era uma “alma penada” a mãe das meninas perguntou a idade de suas filhas e as batidas corresponderam exatamente aos anos de cada menina. Descobriram que o causador do barulho era um ex morador da casa que nela fora assassinado, assim parecia esta confirmado que os vivos podem comunicar com os mortos. Mais tarde as irmãs Fox, negam o episódio e diz que fora apenas uma invnção para ganhar dinheiro.
De acordo com Besen (2005), o espiritismo como doutrina, surgiu na França em 1857, com a publicação do livro dos espíritos, de Alan Kardec, pseudo do professor Hippolyte Léon Denizard Rivail.
Wilges (1994), diz que Kardec publicou sete obras: 1- Olivro dos espíritos (1857) 2- O que é o espiritismo (1859) 3- O livros dos médius (1861) 4- O evangelho segundo o espiritismo (1864) 5- O céu e o inferno (1865) 6- A Gênese (1868) 7- Obras póstumas.
Embora o espiritismo tenha sido organizado mais sistematicamente no século XIX, a ideia que os mortos continuam a viver, e que se possa estabelecer contato com eles é muito antiga, basta lembrar Platão em sua teoria “transmigração das almas”.
Doutrina
De acordo com Besen (2005), considerado a obra básica do espiritismo, o livro de Kardec codifica a doutrina espírita, resumindo-a em cinco pontos.
Existência de Deus – Deus como inteligência cósmica responsável pela criação e manutenção do universo.
Existência da alma ou espírito – O espírito conserva a memória mesmo após a morte e assegura a identidade de cada pessoa.
Lei da reencarnação – Pela qual todas as criaturas retornam a vida terrena, e vão sucessivamente se evoluindo intelectualmente e moralmente ao olhar os erros do passado.
Lei da pluralidade dos mundos – isto é, existe vários planos habitacionais, que oferece um âmbito universal para evolução do espírito.
Lei do carma - ou da causalidade moral, pela qual se interligam as vidas sucessivas dos espíritos.

Princípios

Deus – Inteligência suprema.
Jesus – O referencial de comportamento moral, e o espírito mais evoluído que já passou pela terra.
Livre arbítrio – Liberdade e responsabilidade do ser humano. Cada um pode fazer suas escolhas, de acordo com elas ter experiências diferentes. Cada espírito traça seu destino, e terá que arcar com a consequência de sua escolha.
Reencarnação – oportunidade de aprendizado e evolução. O espírito é imortal e retorna a terra até adquirir sabedoria necessária para se tornar um espírito puro.
Mediunidade – meio de acesso a novas verdades e de troca de experiências, é uma prática racional. Todos podem desenvolver a mediunidade, mas para isso é necessário estudo e preparo.

O espiritismo

Não tem altares, sacerdotes, cultos ou rituais, e procura não combater outras religiões. Seus preceitos morais pregam a caridade e o amor ao próximo e a Deus.
As almas foram todas criadas iguais, mas tomam caminhos diferentes por ter a liberdade de escolher entre o bem e o mal. Elas devem diante das encarnações purificarem-se dos pecados para atingir a perfeição. Pelo resgate carmático a pessoa resgata os méritos e deméritos da vida anterior, e assim tem a oportunidade de melhorar sua conduta na vida atual. A purificação depende do esforço de cada um, mediante a prática da caridade.
A mediunidade é super importante no espiritismo. É uma faculdade por meio da qual o médium (pessoa dotada de elevada capacidade de percepção extra-sensorial) manifesta a vidência, clarividência, levitação, telecinesia, psicografia, emissão de ectoplasma, curas e outros. A comunicação é feita pela psicografia, o médium escreve como se o espírito escrevesse, e pela incorporação o espírito apodera do corpo do médium para falar com os vivos.
Os espíritas acreditam que estamos no mundo para evoluir, e promover a qualidade de vida no planeta, e trazer amor e sabedoria do mundo espiritual para o mundo físico.
O ser humano
Para Besen (2005), A única diferença entre os vivos e os mortos é o corpo físico. Na pessoa segundo os espíritas, há três elementos:
Corpo: semelhante ao dos animais e animados pelo mesmo espírito.
Alma: espírito encarnado no corpo. O corpo é o local que os espíritos entram para purificar.
O perispírito: é o laço que une a alma e o corpo, semi-material. A morte destrói o corpo, mas não o perispírito que acompanha a alma. O perispírito é invisível, mas pode se tornar visível quando os espíritos se comunicam.

A caridade

Kardec afirmou, “sem caridade não há salvação”, para o espírita a caridade é a norma suprema da conduta humana. A regra de ouro está em Mt 7 12, “Tudo que quereis que os homens vos façam, fazei-o também vós a eles, por que esta é a lei dos profetas”. Ser caridoso significa agir em benefício do semelhante no dia a dia. Assim praticando a caridade, amor ao próximo a alma chega à perfeição.

Espiritismo no Brasil

Iniciou em salvador-BA, em 1865. A partir 1977 foram fundadas as primeiras comunidades espíritas como: Anjos de Ismael, grupo espírita caridade e outros. O Reformador, a mais antiga publicação espírita do Brasil, foi em 1883, e no ano seguinte Augusto Elias da Silva fundou a federação espírita brasileira. A livraria da Federação Foi criada em 1897. Chico Xavier é o grande nome do espiritismo brasileiro, faleceu em 30 de junho de 2002.

Divisões do espiritismo

Segundo Wilges (1994), no V congresso internacional de espiritismo (Barcelona 1934) reconheceu-se oficialmente a cisão nos meios espíritas internacionais. Os espíritas latinos aceitando a reencarnação, e os não latinos estimando que a reencarnação não está suficientemente demonstrada.
Mesmo entre os que aceita a reencarnação no Brasil há divisões, no espiritismo Kardecista há:
Tendência ortodoxa – é o espiritismo puro.
Tendência rustenista – João Batista Roustaig ensina que o corpo de Jesus era apenas aparente, não real.
Tendência ubaldista – Pietro Ubaldi (Itália 1886) é panteísta e reencarnacionista. Os próximos decênios serão caracterizados pela luta apocalíptica, que porão fim a civilização atual.
Tendência paganizante – já não querem saber de espiritismo cristão.
O espiritismo racionalista de redentor – investe contra os Kardecistas, querem um movimento racional e científico, e não religioso.
Espiritismo umbandista – Querem ser espíritas, mas muitos espiritistas Kardecistas não os contam como espíritas.

CRISTIANISMO

Origem

Segundo Besen (2005) O Cristianismo surgiu com a vida, a atuação, a morte, a ressurreição e ascensão de Jesus de Nazaré, que para os cristãos, é o messias prometido, o filho de Deus. Após mais de 2000 anos os seguidores de Jesus de Nazaré se encontra em todas as nações, com forte predomínio no ocidente, apesar de ter se originado no oriente médio.
Assim como o Islamismo e Judaísmo o cristianismo é uma religião de salvação. Para os cristãos o próprio Deus se deu a conhecer, e escolheu um povo para se revelar: os Judeus e não se limitou a isso.
Época de Jesus
De acordo Besen (2005) nos três séculos antes de cristo o povo Judeu vivia dolorosas experiências religiosas e políticas, como: imposição da cultura grega, profanação do templo, com a construção de um altar pagão sobre o altar dos holocaustos, revolta dos Macabeus. O templo foi reconsagrado em 165 a. C. alguns anos depois, os Macabeus, vitoriosos, instauraram a dinastia judaica do Asmoneus.
Em 63 a.C os romanos conquistaram Jerusalém, e se tornaram senhores da Palestina. Antípatro foi nomeado procurador da Judéia. Logo após reinou Herodes o Grande (47 a.C.) o qual para reconquistar a confiança dos Judeus reconstrói o templo de Jerusalém. Jesus nasceu no final do reinado de Herodes, quando acontece o massacre dos inocentes em Belém.
O povo judeu esperava um messias, aquele que restauraria o reino de Israel, é neste contexto que surge a pregação de João Batista. A ideia de um Deus único e justo já enfatizada no antigo Testamento, Jesus acrescenta a revelação pessoal que não teve o que os judeus esperavam: um Reino político. Mas o Messias sofredor, que deu a sua vida para a remissão dos pecadores. Os judeus esperavam do messias um libertador.

Jesus, Deus feito homem

Jesus o filho de Deus que assumiu a natureza humana, não anuncia uma nova doutrina, mas sua pessoa é novidade: é ele quem dá valor a doutrina e a moral cristã. Ser cristão é acreditar em sua pessoa. Jesus é o filho de Deus feito homem, por isso sua palavra não é a de um profeta, mas sim a verdade absoluta de Deus, nele é Deus quem fala. Em sua vida, morte e ressurreição está a salvação para toda a humanidade.
Jesus era um judeu, da tribo de Judá, sua mãe Maria, era casada com um carpinteiro chamado de José que antes de coabitarem concebeu pelo poder do Espírito Santo, segundo os Evangelhos. Sabe-se muito pouco sobre a adolescência e a juventude de Jesus. A não ser que ele seguiu a profissão do pai, e que era bom e sábio por causar um espanto aos doutores da lei quando 12 anos de idade.
Por volta de 30 anos, Jesus deixou sua família e iniciou seu trabalho de pregação, mas Ele era diferente dos outros profetas, pois falava com autoridade por revelação divina.

O amor em primeiro lugar

Jesus para facilitar o entendimento de seus ensinamentos falava em parábolas. E uma delas é a do Bom Samaritano (Lc 10, 25-37); nela Jesus diz que o amor ao próximo vem em primeiro lugar, e que nenhuma desculpa é aceita.
Jesus coloca o amor ao próximo acima da lei, cura um paralítico em dia de sábado, o eu era proibido para os judeus. O objetivo de Jesus é claro, pregar o amor a Deus e ao próximo, encorajando os pobres e os mais fracos; “Não vim para os justos, mas para os pecadores” (Mc 2, 27). E Jesus disse que tinha o poder para perdoar pecados, isso causou escândalo nas autoridades judaicas.

O anúncio de Jesus: o Reino de Deus.

Jesus anunciou o reino de Deus, que é o projeto do Pai: fazer do mundo uma família de filhos e irmãos, uma humanidade liberta de toda opressão, reconciliada consigo mesma e com a natureza. Anunciou a “cidadania mundial”.
O Reino do Pai começa a realizar com Jesus, que na força do Espírito Santo é o grande anunciador. Não se limita a um tempo da história nem a um lugar geográfico. Se caracteriza pela instauração da caridade, fraternidade, bondade, misericórdia, justiça, paz e principalmente pela abundância de vida: “eu vim para que todos tenham vida e a tenha em abundância.” (Jo 10, 10)
“O Reino na pessoa de Jesus Cristo, se faz presente na humanidade.” Não é uma ideologia, mas é a aceitação da pessoa de Jesus, e implica uma prática, atitude, uma vida. Também tem uma dimensão escatológica.
Maria ao visitar sua prima Isabel, já cantava a alegria pela esperança em seu seio. Ela assegura que chegou o grande dia, e que vai ser feita uma radical mudança na ordem das coisas. “Deus derruba os poderosos e eleva os humildes.” (Lc 1, 46-55).

Salvação e ressurreição

Segundo Besen (2005), o Cristianismo anuncia a salvação e a ressurreição. A adesão a mensagem e a pessoa de Jesus é condição para alcançar a vida plena. Jesus é o filho de Deus tem o poder sobre a vida e a morte. Paulo conclui: “Se cremos que Jesus morreu e ressuscitou, assim também devemos crer que Deus levará com Jesus aqueles que morreram com ele” (1Tes, 4, 13-14).
O cristianismo tem a convicção na ressurreição: “O mesmo espírito que ressuscitou Jesus dentre os mortos, também dará a vida aos vossos corpos mortais, pelo seu espírito que habita em vós” (Rm 8, 11). Jesus Cristo abre os horizontes da salvação a toda humanidade, independente de culturas e nações.
De acordo com Besen (2005), Jesus deixa claro que para entrar no reino de Deus é preciso: converter-se (mc 1, 15); nascer de novo (Jo 3, 3-8); amar a Deus e aos irmãos ( Mc 12, 28-34); reconhecer que ninguém pode marginalizar o outro ( Mt 5, 45), etc.
A vida do cristão é uma constante busca para seguir Jesus, caminho que leva ao Pai. O conhecimento de Jesus deve levar a pessoa a viver amando-se, perdoando sempre, colocando a serviço, e entregar a vida pelas causas justas até a morte.

A Trindade

O Cristianismo é monoteísta, e crê num só Deus, em três pessoas distintas: Pai, Filho, Espírito Santo. Estas três pessoas se revelaram ao longo da história. Desde os primórdios o cristianismo já batizava em nome do Deus trino: Pai, Filho e espírito santo. A trindade mostra que Deus é uma comunidade e a mais perfeita de todas.
Pai – Criador do céu e da terra, modelo de perfeição. O caminho para o Pai é Jesus.
Filho – que se fez homem e recebeu o nome de Jesus. Jesus Cristo é Deus. O envio do filho foi fruto do amor do pai.
Espírito Santo – enviado a nós pelo pai e o filho. Foi com sua vinda em pentecostes que os discípulos se encorajaram para a missão.

Mensagem Universal

Segundo Besen (2005), o Cristianismo soube se adaptar a várias culturas como: gregos e romanos, graças a sua mensagem universal. O cristianismo, sobretudo na sua hierarquia, teve suas falhas ao longo da história, como: privilegiar algum grupo, imposição pela fé, pregação do Evangelho pelo colonialismo, não respeito ao povo judeu, e presunção de dominar a ciência. Hoje há uma grande preocupação com a inculturação do Evangelho, o diálogo entre as religiões e com os ateus.

Escrituras sagradas

O cristianismo tem a Bíblia como textos inspirados por Deus. Ela esta organizada em Primeiro Testamento e Segundo Testamento. Testamento significa aliança, e Bíblia livros. Mas o conjunto de livros não é o mesmo em todas as denominações, variam de religião para religião, judeus e cristãos.
Primeiro Testamento – Narra à história do povo israelita e se divide em quatro partes: Pentateuco, Livros Históricos, Livros Proféticos e Livros Sapienciais.
Segundo Testamento – Se agrupa em: Evangelhos que transmitem diretamente a palavra de Jesus e relata sua paixão morte e ressurreição; os Atos dos Apóstolos; as cartas apostólicas e o Apocalipse.
Sacramentos - Os sacramentos fundamentais são o Batismo e a Eucaristia; a igreja católica, ortodoxa e anglicana aceitam mais cinco: Crisma, Penitência, Matrimônio, Unção dos Enfermos e ordem.
Ano Cristão - Advento, Natal, Quaresma, Páscoa e Tempo comum.
A Igreja - “A Igreja é o cristianismo feito vida e história”. A Igreja nasceu da vontade de Deus em pentecostes. O cristianismo atualmente é a religião com maior número de seguidores, no entanto ao longo da história se dividiu em várias religiões.

Cristianismo e sua história

O cristianismo surgiu com a comunidade dos apóstolos. Pedro foi o primeiro chefe da
Igreja. Passou por perseguições como a de Saulo, que após sua conversão fez um grande bem ao próprio.
Segundo Wilges (1994), o cristianismo se divide em muitas Igrejas: Arianos (325) – afirmam que Jesus não é Deus feito homem. Neostorianos (431) – afirmam que Jesus tem só a vontade divina. Monofistas (451) – Negam a humanidade de Jesus. Cóptas – não aceitam o concílio de Calcedônia. A primeira grande divisão da Igreja de Roma foi em 1050 com a Igreja de Constantinopla (ortodoxa), que se excomungaram mutuamente. O segundo foi com Lutero em 1517 por questões dogmáticas, o Protestantismo. E em seguida 1534 o Anglicanismo forma a Igreja Nacional Inglesa.

ESPIRITISMO X CRISTIANISMO

Principais diferenças

Segundo a classificação de Wilges o espiritismo é uma religião espiritualista e o cristianismo religião profética. O ao contrário do cristianismo, principalmente católico, o espiritismo não tem dogmas, rituais, liturgia, sacerdócio organizado, santos. Não utiliza incenso, velas e outros.
A grande diferença entre cristianismo e espiritismo está na crença da ressurreição e reencarnação. No cristianismo ressuscitaremos com cristo para a vida eterna. Já para os espíritas com a reencarnação o espírito se purifica para chegar ao máximo de perfeição.
Os espíritas não acreditam no Deus uno e trino “Pai, Filho e Espírito Santo.” Para eles este dogma foi criado na idade média. No espiritismo não se fala em anjos, mas em espíritos desencarnados que chegaram a um grau máximo de perfeição. Para os Cristãos os anjos são espíritos que jamais se encarnaram.
No espiritismo não se usa a terminologia “demônio,” mas em espíritos maus, que praticam o mau no espaço. Para os espíritas Deus criou todas as almas iguais e destinadas a evoluir rumo à perfeição. Deus criou a alma desde toda eternidade (preexistência). A doutrina cristã católica diz que Deus cria nossa alma imortal no momento da concepção (não há preexistência).
Ao contrário do cristianismo o espiritismo não acredita em milagres. Pois todos os fenômenos extraordinários são explicados pelo perispírito. Para os espíritas não existe pecado original assim fala o cristianismo católico e outros, mas existe o pecado feito pelo homem nas gerações anteriores.
No espiritismo a purificação das almas é feita aqui na terra pela reencarnação ou em outro planeta, portanto para eles o purgatório é a terra ou planeta. Após uma longa temporada de reencarnações o homem atinge o estado de puro espírito, esta situação corresponde ao que a Bíblia chama de céu.
Para os espíritas não existe o lugar de castigo por toda a eternidade “inferno”, pois isto não teria sentido e seria contra a sabedoria divina. Segundo Kardec Céu e inferno foram criados na idade média que tornaram o cristianismo obscuro para o espiritismo. Porém o cristianismo diz que o inferno é para aqueles que não aceitam a misericórdia de Deus.
No cristianismo temos a terceira revelação de Deus, para os espíritas assim como o islamismo a primeira revelação veio com Moisés, à segunda com Cristo e a terceira com o espiritismo, revelação dada pelos espíritos.
O Primeiro Testamento para os espíritas não é a palavra de Deus, como para os cristãos. Os espíritas só aceitam os dez mandamentos. No Segundo Testamento os espíritas aceitam Cristo e sua moral, mas não como Deus, e sim um espírito em grau máximo de perfeição. Para eles Cristo é um médium incomparável mandado por Deus. Veio para nos ensinar como é que podemos aperfeiçoar. Cristo não é o salvador, o ser humano salva por si próprio.

Semelhanças

Uma das principais semelhanças entre o cristianismo e o espiritismo é a prática da caridade, o amor ao próximo. “Tudo que quereis que os homens vos façam, fazei-o também vós a eles, por que esta é a lei dos profetas”. (Mt 7 12).
Outros pontos em comum relevante são: a imortalidade da alma. Claro que com conceitos diferentes, mas a essência é: a alma imortal. Crença em Deus pai criador de todas as coisas.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Neste estudo vimos duas grandes religiões: o cristianismo e o espiritismo. Como pudemos observar o cristianismo surgiu com Jesus Cristo, o filho de Deus. A mensagem principal de cristo é o amor. O amor que supera tudo: desigualdade social, leis que oprimem, antigos costumes. No reino de Deus todos somos iguais.
O cristianismo tem Cristo como o Messias, ele é o salvador. Se morremos com ele ressuscitaremos com ele. Jesus é o caminho que leva ao pai, ele é a fonte da vida. Os Cristãos são batizados desde os primórdios em nome da trindade: Pai, Filho e Espírito Santo.
O espiritismo baseia-se na crença da sobrevivência das almas e na possibilidade que através do médius, elas se estabelecem um contato com os vivos, transmitindo-lhes conhecimentos que lhes permitem melhorar moralmente.
A mensagem principal do espiritismo é a caridade. Acreditam na reencarnação até que a alma possa purificar e assim chegar à bem aventurança eterna. O espiritismo não tem ritos, liturgias organizadas.
Contudo ficam alguns questionamentos: nos cristãos seguimos fielmente nosso mestre Jesus Cristo? Os espíritas vivem a caridade pregada por Cristo no evangelho? O que leva uma pessoa a mudar de religião? São questionamentos que podem nos levar a assumir com mais firmeza e determinação a nossa fé.
Sou Cristão Católico, dedico a minha religião e espero que ela se torne ainda mais compreensível com as pessoas especialmente os mais pobres e continue dedicando aos serviços pastorais e sociais. Pois Cristo é amor, e se amarmos uns aos outros e a Deus, assim como Cristo ressurgiremos para a vida eterna.

REFERÊNCIAS

BESEM, José Artulino. HEERDT, Mauri Luiz. COPI, Paulo de. As grandes religiões e tendências religiosas atuais. São Paulo, Mundo e Missão, 2005.
Catecismo da Igreja Católica, Edições Loyola, São Paulo, 1999.
FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Dicionário da Língua Portuguesa. 6ª ed. Curitiba; Positivo 2004.
SCHLESINGER, Hugo, PORTO Humberto. Dicionário enciclopédico das religiões. Vol. I Petrópolis, Vozes, 1995.
WILGES, Irineu. Cultura Religiosa: as religiões no mundo. 6ª ed. Petrópolis, Rio de Janeiro: Vozes, 1994.

5 comentários:

Anônimo disse...

ÔÔÔÔÔoooooo.....
ÔÔoo.......

. o. o. o. o.
o.o.o.o.
O
HO!

Leandro Martins disse...

Bom o artigo, esclarecedor

Unknown disse...

Gostei muito! Apesar de ser católico, não toma partido e esclarece bastante.

Anônimo disse...

Deus continue lhe expirando, se outros religiosos assim fizessem, melhor seria nossa convivência com as pessoas de religiões e crenças diferentes das nossas.

Anônimo disse...

sou espirita e gostei de seu comentario. Totalmente imparcial, sem colocar fanatismo religioso no meio.

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